Debulhar feijões a 8 mãos

Há coisa melhor do que estarmos a trabalhar e apercebermo-nos de que os miúdos estão em completo silêncio há já algum tempo? Há! Quando procurando por eles os vemos sentados ao lado do avô, no pátio em frente à horta, corados que não se aguenta, a debulhar feijões completamente compenetrados. ?

Já tinham uma taça bem cheia quando me convidaram a juntar-me a eles. Ensinaram-me como se fazia. «Vês, também podes fazer, mamã» disse o mais pequeno. O mais velho mostrou-me as várias cores das vagens, umas rosadas, outras rosadas também, mas com pintas (as minhas preferidas), outras verdes e ainda outras acastanhadas. Estavam ambos em auto-gestão. O pequeno pousava o serviço e ia encher o copo com água na mangueira do tanque. Todo contente por poder mexer onde usualmente ninguém o deixa chegar perto. Bebia. Oferecia ao irmão. Voltava logo de seguida para o lugar dele, entre o irmão e o avô, para continuar a tarefa. Nada o distraía do objetivo.

Estavam todos rosados, quentes, transpirados, quase em pelo e imensamente felizes. Debulhei os últimos com eles.

Estes miúdos vão ter tantas recordações boas para se aquecerem no futuro! Digo-vos, aqueles 5 minutos encheram-me o coração.

mãos pequeninas
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olhem esta mãozinha
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várias gerações
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perícia manual
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